A imagem tem como principal objetivo nos transmitir uma ideia de reflexão, onde nos mostra que a cada dia que passa as pessoas andam brigando, se agredindo e se chateando por simples transtornos no dia-a-dia, no transito. A imagem mostra a ironia de sermos os únicos seres racionais e desde então muitas vezes agimos irracionalmente esquecendo a cima de tudo dos valores, ensinamentos, da ética que em toda nossa vida buscamos aprender e com certeza que queremos pra nós. By: Eugênia Machado
Atualmente enfrentamos problemas de infraestrutura nas vias
das principais cidades do Brasil, principalmente em Salvador. Essa falta de
infraestrutura se refere à falta de manutenção de semáforos, inúmeros buracos
nas vias, falta de sistemas de drenagem da água proveniente das chuvas, entre
outros. Todos esses problemas encontrados acabam gerando congestionamento em
toda a cidade e isso afeta diretamente o psicológico dos usuários das vias,
sejam eles usuários de veículos particulares ou do transporte publico, gerando
estresse que por sua vez acaba afetando as relações interpessoais aumentando os
conflitos no dia-a-dia.
A frase
acima é bem conhecida por todos, sendo anunciada constantemente pelos meios midiáticos,
que felizmente adotaram seu papel de ser também responsável pela cultura de um
trânsito mais seguro, através de campanhas que busquem inibir ações infratoras
e conscientizar a todos os condutores sobre o risco de dirigir sob a influência
do álcool. No entanto, é através destes mesmos canais de comunicação, que testemunhamos
constantes notícias sobre mortes no trânsito, as quais, segundo estatísticas
atualizadas, alcançam um patamar de cerca de 40 mil vítimas por ano no Brasil,
sendo que quase 50% são decorrentes do álcool associado à direção. Segundo
especialistas da área, as ocorrências de acidente vinculam-se a quase sua
totalidade ao descumprimento das normas de circulação, principalmente
relacionada ao estado de alcoolemia em que o condutor se encontra, sendo
automaticamente associada à total falta de responsabilidade e consciência ética
em interagir num ambiente onde a mobilidade exige grau de percepção, acuidade,
reflexo e sintonia para que se evite ou promova acidentes.
Dentro desse
universo estatístico alarmante de mortes no trânsito, na qual vidas inocentes
são ceifadas e famílias inteiras tem sua paz roubada surgem movimentos de
grande impacto que lutam por mais educação e conscientização no trânsito, como
o “Não Foi Acidente”, que criou o
projeto de lei que leva o mesmo nome do movimento e busca, através de petição
na internet, reunir assinaturas suficientes para mudar a legislação de
trânsito, promovendo a reformulação da Lei Seca e instituindo a tolerância zero,
fiscalização eficiente e punição exemplar sobre os condutores infratores que misturarem
álcool e direção. O projeto que já foi encaminhado para a comissão de trânsito
da Câmara dos Deputados, e conta com aprovação popular já conta com quase um milhão
de assinaturas e expõe o grito de mães que perderam seus filhos de forma
abrupta e irresponsável e de uma sociedade que clama por uma humanização do trânsito, para a
formação de uma nova mentalidade e de um comportamento ético que priorize a
vida.
É preciso que o homem se reconheça capaz de examinar seus atos quando no trânsito, sendo totalmente responsável por suas ações, pois transitar é uma necessidade de todos e é preciso que este seja realmente um espaço de convivência harmoniosa, respeitosa e democrática.
De que forma o transporte coletivo
influencia no transito?
Se o transporte coletivo de Salvador
algum dia virasse filme, o gênero dificilmente poderia ser outro que não o da aventura.
O ônibus é o meio de transporte mais utilizado pela
população, cerca de 73% dos soteropolitanos usufruem com frequência, porem, é
também o que apresenta os maiores problemas, ainda
é um imenso desafio a ser vencido pelos gestores públicos, privados e pela
própria sociedade civil e de todas as modalidades de locomoção, essa é a que
recebe as mais severas crítica.
Ao mesmo tempo em que é visível a
insuficiência dos ônibus para atender a atual demanda, o aumento da frota, no
já caótico tráfego diário, é quase inimaginável. Sabe-se que é preciso esse
aumento para mudar esse cenário, todavia, a realidade é muito complicada porque
não teve planejamento política de transporte coletivo.
O ônibus, quando bem aproveitado e
gerido, pode gerar economia para toda a cidade. Além, de contribuir com o fluxo
mais livre das metrópoles e de poluir menos do que os automóveis. Na maioria
das capitais europeias, o transporte público é algo apropriado por quase toda a
população, isto é, não tem o estigma de que é exclusivo dos mais pobres, dos
que não tem condições para comprar o carro.
Com
as facilidades de aquisição de veículos através dos financiamentos a longos
prazos têm levado as cidades ao caos da agitação, de acidentes e da poluição.
Precisamos mudar esse quadro urgente, pois ficará impossível transitar nas
grandes cidades brasileiras daqui a alguns anos, pela precariedade do
transporte público as pessoas passam a comprar carros para seu próprio
conforto, o que os ônibus não oferecem, e é ai que o consumismo entra, porque
na verdade as pessoas são quase obrigadas a consumir, e isso não é uma simples
coincidência, pois na verdade o sistema neoliberalista em que vivemos é quem
mais sai lucrando com isso. Direito a transporte público de qualidade entre
outros aspectos da cidadania que deveria ser garantido a todos, hoje é quase
que uma compra. Só é cidadão quem pode pagar por isso.
Segundo o gráfico a cima pode se constatar que logo após a
lei seca ser posta em prática o numero de mortes caiu de de 6.729 (2007/2008) para 6.614 (2008/2009), cerca de 2%. O que pode
parecer um valor pouco expressivo, na verdade nos indica que em um país como o
Brasil em que o numero de acidentes e mortes são extremamente elevados, está
conseguindo pouco a pouco diminuir esta triste realidade.
O comportamento
imprudente das pessoas no trânsito já tirou milhares de vidas, tantas que
varias leis foram formuladas no intuito de diminuir o numero de acidentes,
mortes e feridos. A lei seca é uma das mais importantes, lançada em agosto de
2008, proibiu a consumação de álcool para cidadãos que estivessem dirigindo
algum veiculo. Na primeira vez que tal lei foi posta em prática, havia uma
tolerância de 0,1 mg de álcool no bafômetro (material usado para medir a
quantidade de álcool no sangue) porém a partir de 2012 a lei seca ficou mais
rígida e finalizou qualquer tipo de tolerância.A
mudança no Código Brasileiro de Trânsito possibilita que vídeos, relatos, testemunhas e outras provas sejam consideradas válidas contra motoristas embriagados e também aumenta a punição administrativa de R$ 957,70 para R$ 1.915,40.
Tomamos consciência do fato de que o trânsito resulta do
comportamento humano, e que esse tipo de comportamento está entre os mais
perigosos, uma vez que causa a morte anualmente de 50.000 brasileiros, dentre
os quais 5.000 crianças. A percepção é um componente importante desse
comportamento.(Rozestraten, 1988, p. 128)
A ética e a cidadania é muito
importante para a formação do caráter das pessoas. Hoje a nossa sociedade está
pagando caro pelo fato de que as pessoas não estão sendo éticas. Nosso trânsito
está mais violento, as pessoas estão
brigando por motivos banais, os antigos valores parecem estar perdidos. A todo o tempo
temos noticias da violência no trânsito e infelizmente muitos desses casos
acabam em morte, causando sofrimento à mães, pais, filhos, à toda família. Não
bastam punições mais severas, é preciso acabar com o mal pela raiz, educando o
cidadão e investigando as causas que levam às pessoas a perderem o controle no
trânsito. O que
temos visto são pessoas dirigindo em alta velocidade, nervosas, xingando umas às
outras, numa falta de controle total, principalmente nos horários de pico.
É
claro que isso acontece em razão da falta de preparo dos motoristas, bem como
de políticas de conscientização que deveriam ser desenvolvidas pelos
governantes. Porém para que haja eficácia plena é preciso ter a colaboração de
todas as partes, da sociedade em geral. É
preciso criar, através da educação, a cultura do bem estar, do respeito ao
próximo e do respeito ao meio em que vivemos. Seria ótimo se começasse na
semana do trânsito, realizada de 19 a 25 de setembro. Tem importância relevante respeitar os sinais
de trânsito, enquanto pedestres, atravessando as ruas na faixa, devemos criar
o hábito de atravessar as ruas somente andando em cima dela. Ser
educado no trânsito é fazer o bem pra você e para os outros.
Sendo assim, educar para o trânsito não se limita
apenas a ensinar regras de circulação, mas também deve contribuir para formar
cidadãos responsáveis, autônomos e comprometidos com a preservação da vida.
Diante do quadro de violência que vem se apresentando no trânsito e também em
outras esferas sociais, torna-se necessário o envolvimento de toda a sociedade
nessa tarefa de educar, na qual a família e a escola são a base formadora e não
podem se eximir de tal responsabilidade.
É fácil nos dias de hoje nos depararmos com pessoas como o Senhor
Walker, um cidadão honesto, ético, respeitador, que não seria capaz de machucar
uma mosca. Porém ao estar atrás do volante sua personalidade muda
completamente, se tornando alguém que esquece seus princípios e valores,
desrespeitando as regras de trânsito e colocando sua cidadania de lado, pelo
sentimento de poder e segurança que é criado quando se esta dirigindo.
Conseqüentemente se apropria das vias e esquece que o trânsito é um bem
coletivo, e acaba as tornando propriedades privada. Esta individualidade é o
principal fator dos conflitos no trânsito. Mas de onde ela vem? Será que
o egoísmo no trânsito, tem haver com a cultura do nosso país? Analisando um
pouco da historia do Brasil, essas perguntas podem ser esclarecidas.
Ao contrario do que muitos acreditam a colonização do Brasil não foi
causada pela descoberta do território brasileiro, pois já existiam os povoadores
indígenas que viviam nas terras brasileiras há muito tempo, antes da chegada
dos europeus. Desta forma fica claro que o Brasil foi conquistado e não
descoberto. O primeiro contato entre os portugueses e os indígenas foi
chamado de “o encontro de culturas”, porém com a colonização portuguesa pode se
notar “o desencontro de culturas”. E foi assim que foi inserida no Brasil
a cultura européia. Os portugueses ao explorarem as terras brasileiras notaram
que para melhor controle e organização das terras seria necessário adotar um
sistema chamado de capitanias hereditárias que dividia o Brasil em 15 regiões e
não satisfeitos ainda criaram outro sistema chamado de sesmaria, lotes menores
de terra que eram entregues ao sesmeiro com o intuito de tornar a terra
produtiva. A colonização portuguesa teve forte influência na cultura do Brasil.
Bom, mais qual a relação existente com os maus hábitos no
trânsito? A cultura brasileira influenciada pela européia foi passada durante
décadas aos brasileiros que se acostumarão com esse pensamento individualista,
de que tudo é privado, nada é coletivo, e essas marcas do passado se refletem
em vários fatores na nossa sociedade, inclusive no trânsito.
Para diminuir o efeito da influência individualista que nos foi
transmitida através da nossa própria cultura é necessário nos mantermos
consciente do nosso papel na sociedade exercendo a nossa cidadania. As leis e
códigos de transito devem ser respeitados em beneficio da coletividade, assim
estaremos respeitando o direito do próximo, e também seremos respeitados.
Dirigir acima do limite de velocidade, falar ao celular enquanto dirige, não usar cinto de segurança, avançar o sinal vermelho, dirigir alcoolizado, estacionar em lugares proibidos. São só algumas das infrações mais cometidas pelas pessoas no trânsito. Manias ou descuidos, esses maus hábitos no trânsito podem causar muitos acidentes e gerar multas. Diante disso, o conceito de ética, muitas vezes, é deixado de lado por todos. A ética é o estudo dos valores morais e princípios ideais do comportamento humano. E sabendo disso, a ética no trânsito é o modo que agimos de maneira segura e a moral é a tradução dos nossos atos no trânsito, ou seja, é o reflexo da nossa ética. Por exemplo, quando um motorista dirige bem, em boa velocidade, respeitando a sinalização... Sua moral está em sintonia com sua ética. Mas se este mesmo motorista, apenas age desta forma em locais em que há fiscalização, sua ética está comprometida. Está aí a diferença entre ética e moral, agir pensando na segurança ou agir com receio de punições.
Infelizmente os motoristas brasileiros, de forma geral, apenas praticam a moral no trânsito se sentirem no bolso as punições dos seus erros. Essa situação podia ser diferente se todos usassem a ética na direção no dia a dia. Ser ético vai muito além de não roubar, é respeitar o direito do outro, se você toma qualquer atitude que prejudique outras pessoas, automaticamente está sendo antiético.
Trânsito exige bastante atenção e prudência, muitas ações dependem somente da mudança de comportamento de cada motorista. Se cada um fizer sua parte, logo, todos estarão contribuindo para diminuir os números de acidentes e vidas que se perdem.
Constantemente
nos deparamos com notícias relacionadas a acidentes e infrações no trânsito.
Dentre elas estão o excesso de velocidade, falta de respeito com os outros
condutores e pedestres e o fato de não se respeitar a sinalização e as leis de
transito. Tais infrações podem ser de natureza gravíssima, de natureza grave,
de natureza média e de natureza leve.
O Blog da Turma, tem por objetivo discutir os
principais problemas no trânsito no Brasil e levar a uma reflexão sobre o
comportamento de cada cidadão ao volante. Será que o conceito de ética está
sendo bem aplicado no trânsito? E o de cidadania? Será que a cultura do nosso
país está relacionada aos maus hábitos que adotamos?
Sabemos que a vida em sociedade gera certa
pressão sobre cada um de nós, e muitas vezes não sabemos como lidar com isso, e
acabamos perdendo o controle. E é no trânsito que se percebe essa vulnerabilidade do
individuo, que acaba deixando suas necessidades particulares falar mais alto
que a própria ética. Os motoristas que deixam os conceitos éticos de lado
tendem a ser egoístas e se
apropriam das vias como se elas fossem uma propriedade privada que lhes
pertencem, esse individualismo pode ser notado desde tempos antigos.
Abordaremos mais sobre o assunto a seguir.
